Contos de Grimm: Contos da Infância e do Lar
Lista de contos de fadas (Página 6)
101 Pele de urso
Houve, uma vez, um rapaz, ainda imberbe, mas muito corajoso, chamado Miguel. Desde criança desejava ser soldado e, ao chegar à idade própria, alistou-se. Logo rebentou a guerra e ele portou-se com a maior bravura; era sempre o primeiro onde o perigo era maior. Quando acabou a guerra, o exército foi licenciado e Miguel despedido, recebendo pequena soma de dinheiro em paga pelos serviços prestados. Durante esse tempo, seus pais haviam morrido e Miguel não tinha mais um lar; então foi procurar os iLer o conto → 104 Os espertalhões
Um dia, um camponês pegou o bordão no canto da sala e disse à sua mulher: - Catarina, tenho de sair e só voltarei daqui a três dias. Se, nesse entretempo, passar por aqui o negociante de gado e quiser comprar nossas três vacas, podes vendê-las, mas só por duzentas moedas e nem um vintém a menos, compreendeste? - Vai, em nome de Deus, que assim farei, - respondeu a mulher. - Sim, mesmo tu! - disse o camponês; - em criança caíste de cabeça para baixo e ainda estás assim até agora! Mas fica sabendoLer o conto →
107 Os dois companheiros de viagem
As montanhas não se encontram, mas os homens, bons ou ruins, sempre acabam por se encontrar neste mundo. Assim, pois, encontraram-se certo dia um sapateiro e um alfaiate que corriam mundo, e combinaram fazer a viagem juntos. O alfaiate era um belo rapaz, sempre alegre e de bom humor. Ao ver aproximar-se o sapateiro e reconhecendo-lhe a profissão pela maleta que trazia, pôs-se a cantarolar, em tom de troça, uma sua cançãozinha um tanto impertinente: - Acaba antes a costura, puxa com força o barbaLer o conto → 108 João-Ouriço
Houve, uma vez, um campônio, possuidor de muitas terras e bastante dinheiro. Contudo, embora sendo tão rico, sua felicidade não era completa, porque a mulher não lhe dera filhos. Sempre que ia à cidade, em companhia de outros camponeses, estes zombavam dele e perguntavam maliciosamente por que era que não tinha filhos. Tanto zombaram que ele acabou por se irritar e, ao regressar à casa de mau humor, disse para a mulher. - Quero ter um filho, de qualquer maneira, mesmo que seja um ouriço. PassadoLer o conto → 109 A mortalha do menino
Uma mulher tinha um filhinho de sete anos, tão lindo e gracioso, que ninguém podia olhar para ele sem ficar logo cativado. A mãe amava o filho mais que tudo no mundo. Ora, o menino adoeceu, imprevistamente, e o bom Deus levou-o para o céu. A pobre mãe não se conformava e chorava dia e noite sem parar. Logo depois de sepultado, o menino todas as noites aparecia no lugar em que costumava brincar quando era vivo; se a mãe chorava, ele também chorava e, logo que raiava o dia, ele desaparecia. Como,Ler o conto → 110 O judeu no meio dos espinhos
Houve, uma vez, um homem muito rico, que tinha um criado zeloso e honesto, como não havia outro igual. Todas as manhãs, o criado, que se chamava Martinho, levantava-se primeiro e era o último a deitar-se; quando havia trabalho demasiadamente pesado, em que ninguém queria meter as mãos, era sempre ele quem o desempenhava com coragem. E nunca se queixava, estava sempre alegre e de bom humor. Terminado o primeiro ano de serviço, o amo nada lhe deu, pensando que, deste modo, economizaria bom dinheirLer o conto → 113 O príncipe e a princesa
Houve, uma vez, um rei que tinha um filhinho e as estrelas diziam que aos dezesseis anos seria morto por um veado. O príncipe, tendo completado os dezesseis anos, foi certo dia caçar na floresta, junto com os seus monteiros, e na floresta separou-se dêles, tendo avistado um enorme veado, ao qual apontou a espingarda; atirou mas não atingiu o alvo. O veado pôs-se a correr sem parar, perseguido pelo príncipe; depois de muito correr, o veado saiu fora da floresta e de repente, no lugar dele, aparecLer o conto → 114 O alfaiatinho intrépido
Houve, uma vez, uma princesa tremendamente orgulhosa; qualquer pretendente que se apresentasse, ela o submetia a adivinhar charadas e, se ele não o conseguisse, despedia-o logo, ridicularizando-o sem piedade. Certo dia, ela mandou apregoar que só se casaria com quem decifrasse um enigma proposto por ela; qualquer pessoa podia concorrer. Por acaso, encontraram-se três alfaiates; os dois mais velhos pensavam que, como sabiam fazer tantos pontos tão complicados, haviam de saber também decifrar o enLer o conto → 115 A luz do sol o revelara
Um alfaiate percorria as cidades em busca de trabalho e nada conseguia; a pobreza era tal que não tinha sequer um vintém para comprar um pãozinho. Nessas condições, encontrou, certo dia, um judeu na estrada e, julgando que êle tivesse muito dinheiro no bolso , expulsou Deus do coração e investiu contra o judeu, dizendo-lhe: - Dá-me todo o dinheiro que tens, se não eu te mato. - Oh, por piedade, deixa-me a vida! - suplicou o judeu - Dinheiro, propriamente, não tenho, o que trago no bolso não vaiLer o conto → 117 O menino teimoso
Houve, uma vez, um menino muito teimoso, que nunca fazia o que lhe mandava a mãe. Por conseguinte, o bom Deus andava descontente com ele e, certo dia, fê-lo adoecer. Chamaram os médicos, mas nenhum conseguiu salvá-lo e, dentro de poucos dias, ele foi colocado no leito de morte. Depois que o enterraram e cobriram a campa de terra, de repente surgiu para fora da campa um bracinho erguido para o alto. Tomaram a colocá-lo debaixo da terra, cobrindo-o melhor, mas em vão; o bracinho insistia em sair pLer o conto → 119 Os sete suábios
Reuniram-se, certa vez, sete suábios: o primeiro era o Senhor Schulz, o secundo o Senhor Jacòzinho, o terceiro o Senhor Marli, o quarto o Senhor Jorginho, o quinto Miguel, o sexto João e o sétimo Veitli; e todos juntos decidiram, um dia, correr mundo em busca de aventuras e realizar grandes proezas. E para maior segurança, como única arma, levavam, como se fòra uma lança, um espeto comprido e bem forte. Todos juntos o empunharam, indo na frente o mais corajoso e destemido, o Senhor Schulz, depoiLer o conto → 120 Os três empregados
Houve, uma vez, três moços empregados que combinaram andar sempre juntos e trabalhar na mesma cidade. Assim fizeram durante algum tempo mas, depois, nas oficinas em que trabalhavam, escasseou o trabalho e eles não ganhavam mais nada, chegando ao extremo de andar maltrapilhos e famintos. Então, um deles sugeriu: - Que vamos fazer? Não podemos mais continuar aqui; acho melhor sairmos em busca de outras terras. Se, na próxima cidade, não encontrarmos trabalho, combinaremos com o estalajadeiro que cLer o conto →