Contos de Grimm: Contos da Infância e do Lar
Lista de contos de fadas (Página 10)
181 A ondina do lago
Houve, uma vez, um moleiro que vivia muito feliz com a mulher. Tinham dinheiro e propriedades e a sua prosperidade aumentava de ano em ano. Mas a desgraça, diz um velho ditado, vem sempre de noite. A sua fortuna, assim como tinha aumentado, voltou a diminuir de ano para ano e chegou o dia em que o moleiro só podia dizer que, unicamente, o moinho era seu. Ele consumia-se de aflição e quando se deitava, após um dia inteiro de rude trabalho, não conseguia dormir e passava a noite rolando na cama, aLer o conto → 182 Os presentes do povo pequenino
Houve, uma vez, dois companheiros: um alfaiate e um ourives, que viajavam juntos pelo mundo. Certo dia, quando o sol já declinava atrás dos montes, ouviram ao longe os sons de uma música tão alegre, tão convidativa que, esquecendo a fadiga, se apressaram em direção do som. A lua brilhava com intensidade, quando chegaram a uma colina, onde viram uma multidão de homens e mulheres pequeníssimos, da raça dos gnomos que, de mãos dadas, pulavam, saltavam e dançavam em farândola; ao mesmo tempo, cantavLer o conto → 183 O gigante e o alfaiate
Era uma vez um alfaiate que era grande fanfarrão, embora muito mau pagador. Certo dia, deu- lhe na telha sair pelo mundo afora. Logo que lhe foi possível, abandonou a oficina, cantarolando alegremente. Pelo caminho foi andando, pelas pontes foi passando, tivesse ou não tivesse gente, para aqui para acolá, mas sempre para a frente. Quando saiu do recinto da cidade, avistou ao longe uma montanha pontiaguda e, no seu cume, uma torre tão alta que parecia furar o céu, a qual sobressaia do meio de umaLer o conto → 184 O prego
Houve, uma vez, um negociante, que tendo feito excelentes negócios na feira, onde vendera toda a mercadoria e enchera bem as algibeiras de ouro e prata, se dispôs a regressar para casa antes do anoitecer. Montou a cavalo, prendendo bem o alforge cheio de dinheiro e pôs-se a caminho. Ao meio-dia, parou numa cidade para almoçar e já se dispunha a prosseguir, quando o moço das cavalariças lhe trouxe o cavalo, dizendo: - Senhor, está faltando um prego na ferradura da pata esquerda traseira. - DeixaLer o conto →
185 O pobre rapaz na sepultura
Houve, uma vez, um rapazinho, filho de um pastor, que ficara órfão de ambos os pais; então, os magistrados confiaram-no à tutela de um homem muito rico, a fim de que o criasse e educasse em sua casa. Mas o ricaço e mulher eram maus de coração e, apesar da grande riqueza, muito mesquinhos e avarentos. Sempre que davam um pedaço de pão a algum necessitado, faziam-no de má vontade e resmungando. Por conseguinte, o pobre rapazinho, embora fizesse o máximo que podia, recebia pouquíssimo alimento e, eLer o conto → 187 A lebre e o ouriço
Esta história, meninos, vai parecer-vos mentirosa, contudo é verdadeira; contava-ma sempre o meu avô, que costumava dizer, toda a vez que a contava, com muita seriedade. - Deve ser verdade, meu filho, do contrário não se poderia contá-la. E os fatos que ele narrava são os seguintes: Numa bela manhã de domingo, em pleno verão, precisamente quando as espigas estavam todas floridas, o sol brilhava no céu azul, a brisa matutina fazia ondular as searas, as cotovias cantavam pelo espaço, as abelhas zuLer o conto → 188 O fuso, a lançadeira e a agulha
Houve, uma vez, una moça que perdera os pais ainda criancinha. Sua madrinha, que era muito boa, morava sozinha em pequena casa humilde, na extremidade da aldeia, e lá passava a vida fiando, tecendo e cosendo. A velha trouxe para junto de si a pobre criança abandonada; ensinou-a a trabalhar e educou-a para viver piedosamente no santo temor de Deus. Quando a jovem chegou aos quinze anos, a madrinha caiu doente e, chamando-a junto da cama, disse-lhe: - Minha querida filha, sinto o meu fim aproximarLer o conto → 189 O camponês e o diabo
Houve, uma vez, um camponezinho, esperto e astuto como só ele. Das peças que pregava, poder-se-ia contar muita coisa, mas a história mais engraçada é a de como chegou a lograr o Diabo, iludindo-o. Um dia, o camponesinho acabara de semear o campo e, sendo já noite, dispunha-se a voltar para casa, quando viu no meio do campo um monte de brasas acesas; muito admirado chegou perto e eis que viu, sentado bem em cima das brasas, um diabinho preto. - Estarás por acaso sentado sobre algum tesouro? - disLer o conto → 190 As migalhas sobre a mesa
Certa vez, disse o galo às galinhas: - Vamos lá em cima, na sala, comer as migalhas de pão que estão sobre a mesa; a patroa saiu para fazer uma visita! As galinhas responderam: - Não, não, nós não iremos; a patroa vai ficar zangada conosco. O galo retrucou: - Ela não saberá coisa alguma, vamos sem susto. Afinal de contas, ela nunca nos dá alimento melhor! As galinhas replicaram: - Não, não, ela anda aí por fora, é melhor não irmos. Mas o galo não as deixou em paz; tanto disse e tanto fez, que asLer o conto → 191 O ouriço do mar
Era uma vez uma princesa que morava num castelo, no qual havia uma torre altíssima e, sob as ameias que a coroavam, havia uma sala com doze janelas que dominavam todo o horizonte. Quando a princesa subia até lá e olhava à sua volta, abraçava com o olhar todo o seu reino. Da primeira janela, enxergava mais do que os outros, da segunda um pouco mais, da terceira, com maior nitidez ainda e, assim por diante, até à décima segunda, da qual via tudo o que existia sobre a terra e debaixo dela; e nada,Ler o conto → 192 O ladrão mestre
Certo dia, estavam sentados, em frente de pobre casinha, um homem e sua esposa, descansando do trabalho. Nisto chegou uma bela carruagem, atrelada com quatro cavalos pretos, e dela apeou um senhor luxuosamente vestido. O campônio levantou-se e foi ao encontro do senhor, perguntando o que desejava e em que podia servi-lo. O desconhecido apertou-lhe a mão e disse: - Desejo, apenas, saborear um prato dessa boa comida do campo. Preparai algumas batatas à vossa maneira, sentar-me-ei à mesa convosco eLer o conto → 195 Os guardas da sepultura
Um rico camponês estava, certo dia, sentado à porta da granja. Do lugar onde estava, a vista estendia-se ao longe, abrangendo todos os campos, prados, vinhas e pomares. O trigo ondulava viçoso e as árvores vergavam ao peso das frutas. As espigas do ano anterior ainda estavam no celeiro, em feixes tão grandes, que as traves mal os podiam suportar. Depois de admirar toda essa bela propriedade florescente, o camponês dirigiu-se para as cavalariças e estábulos; lá, também, estava tudo cheio de magníLer o conto → 196 O velho Rink Rank
Houve, uma vez, um rei que tinha uma única filha. Esse rei mandara construir uma alta montanha toda de vidro e declarou que só daria a filha em casamento ao rapaz que conseguisse galgar a montanha sem cair. No reino, havia um jovem que estava apaixonado pela princesa e perguntou ao rei se poderia casar-se com ela. - Sim, - respondeu o rei, - com a condição, porém, de galgares a montanha de vidro sem cair. A princesa, que também gostava do rapaz, declarou-se disposta a galgar u montanha com ele,Ler o conto → 198 A donzela Malvina
Era uma vez um rei que tinha um único filho a quem muito queria. Um dia, este príncipe pediu em casamento a filha de outro rei muito poderoso, chamada, comumente, a donzela Malvina, cuja beleza era extraordinária. Mas o pai da princesa, que desejava dada em casamento a um outro príncipe, recusou esse pedido. Os dois jovens, porém, amavam-se muito e não queriam ser assim separados; então a donzela Malvina disse ao pai: - Não quero e nem poderia casar-me com nenhum outro homem, pois amo este príncLer o conto →