Os mais belos contos de Grimm
Irmãos Grimm (Página 2)
26Rosicler (A Bela Adormecida no Bosque)
Houve, uma vez, um rei e uma rainha que diariamente diziam: Ah, se tivéssemos um filho! Mas o filho não havia meios de chegar. Certo dia, estava a rainha tomando banho e eis que da água pula uma rã dizendo-lhe: - Teu desejo se realizará; antes que tenha decorrido um ano, terás uma menina. A profecia da rã confirmou-se e a rainha teve uma menina tão linda que o rei não cabia em si de alegria e organizou uma esplêndida festa. Não só convidou os parentes, amigos e conhecidos, como também as fadas, para que fossem propícias e benévolas para com a recém-nascida. No reino, havia treze fadas, mas eleLer o conto → 27A história do jovem em busca de saber o que é o medo
Um pai tinha dois filhos, o mais velho deles era sábio e sensato, e sabia fazer de tudo, mas o mais jovem era tolo, e não conseguia aprender nem entender nada, e quando as pessoas o viam, elas diziam: - Este é um garoto que dará muito trabalho ao pai! Quando algo precisava ser feito, era sempre o mais velho que fazia, mas se o seu pai pedia ao mais velho que fosse buscar qualquer coisa quando já era tarde, ou já estivesse escuro, e o caminho tivesse de passar perto do cemitério, ou de qualquer outro lugar assustador, ele respondia: - Oh não, pai, eu não vou lá, isso me causa arrepios! porque eLer o conto → 28O fiel João
Houve, uma vez, um velho rei que, sentindo-se muito doente, pensou: Este será o meu leito de morte! - disse, então, aos que o cercavam: - Chamem o meu fiel João. O fiel João era o seu criado predileto, assim chamado porque, durante toda a vida, fora-lhe extremamente fiel. Portanto, quando se aproximou do leito onde estava o rei, este lhe disse: - Meu fidelíssimo João, sinto que me estou aproximando do fim; nada me preocupa, a não ser o futuro de meu filho; é um rapaz ainda inexperiente e, se não me prometeres ensinar-lhe tudo e orientá-lo no que deve raber, assim como ser para ele um pai adotiLer o conto → 30Os doze irmãos
Houve, uma vez, um rei e uma rainha, cuja vida decorria em perfeita harmonia. Tinham doze filhos, todos rapazes. Certo dia, o rei disse à rainha: - Logo mais, quando tiveres o décimo terceiro filho, se for uma menina, os doze rapazes deverão morrer, a fim de que a menina tenha riqueza bem grande e o reino não seja repartido. Mandou preparar doze ataúdes embutidos de maravalhas e em cada um o respectivo travesseirinho fúnebre; mandou guardá-los num quarto trancado, cuja chave entregou à rainha, ordenando-lhe que guardasse absoluto segredo. A pobre mãe passava os dias imersa na maior tristeza; oLer o conto →
31As três linguagens
Houve, uma vez, na Suíça, um conde que tinha um filho único, mas tão obtuso que não conseguia aprender coisa alguma. Então, o pai disse-lhe: - Escuta, meu filho, por mais que me esforce, não consigo meter nada dentro da tua cabeça. Precisas ir para fora daqui; eu te confiarei a um mestre muito célebre, que tentará fazer algo de ti. O rapaz foi enviado a uma cidade estranha e hospedou-se na casa do mestre durante ano inteiro. Passado esse tempo, voltou para a casa do pai e este perguntou-lhe: - Então, meu filho, o que aprendeste? - Meu pai, aprendi o que latem os cachorros, - respondeu o rapaz.Ler o conto → 33Os três homenzinhos na floresta
Havia um homem cuja mulher morrera, e uma mulher cujo marido morrera; e o homem tinha uma filha, e a mulher tinha uma filha também. As meninas vieram a se conhecer, foram passear juntas e, mais tarde, chegaram à casa da mulher. Esta disse, então, à filha do homem: - Escuta, dize a teu pai que eu gostaria de me casar com ele; terás, todas as manhãs, leite para te lavares e vinho para beber; minha filha porém, terá água para se lavar e água para beber. A menina foi para casa e contou a seu pai o que a mulher havia dito. - Que devo fazer? – disse o homem. – O casamento é uma alegria e é, também,Ler o conto → 35A Senhora Holle (Dona Flocos de Neve)
Uma viúva tinha duas filhas, das quais uma era bela e inteligente, a outra feia e preguiçosa. Mas ela gostava muito mais da feia , porque era a sua própria filha , e a outra tinha de fazer o trabalho da casa e ser a criada da casa. A pobre moça era obrigada a ir todos os dias para a rua, sentar-se na beira de um poço e fiar até que seus dedos sangrassem. Aconteceu, certo dia , que a bobina ficou ensanguentada, e, por isso, ela se debruçou sobre o poço para lavá-la, quando a bobina lhe escapou da mão e caiu dentro do poço. A moça correu chorando para a madrasta e contou-lhe sua desgraça. Esta,Ler o conto → 36A amoreira
Ha muito tempo, há uns dois mil anos, havia um homem rico, casado com uma mulher muito bonita e piedosa; eles amavam-se muito mas não tinham filhos e, por mais que os desejassem e a mulher rezasse dia e noite para tê-los, não apareciam. A frente da casa havia uma amoreira. Certa vez, no inverno, a mulher estava debaixo da amoreira descascando uma maçã e, inadvertidamente, cortou o dedo; o sangue, escorrendo, caiu na neve. - Ah, - disse a mulher com profundo suspiro, olhando tristonha para aquele sangue, - se eu tivesse um menino vermelho como o sangue e branco como a neve! Mal acabara de falarLer o conto → 38O mingau doce
Houve, uma vez, uma moça paupérrima, embora muito piedosa, que vivia só com a mãe. Chegou um dia em que nada mais tinham para comer; então a moça foi à floresta em procura de alguma coisa e lá encontrou uma velha que conhecia a sua situação; muito penalizada, a velha deu-lhe uma panelinha que bastava dizer: panelinha, faz mingau e logo a panelinha preparava um mingau doce, de farinha, que era uma delícia; e bastava dizer; chega, panelinha! e ela parava de fazer mingau. A moça correu para levar a panelinha à mãe; desde, então, ficaram livres da fome e da penúria, e elas comiam mingau doce semprLer o conto → 41O pobre e o rico
Em tempos muito remotos, quando o bom Deus ainda andava pela terra entre os homens, certa tarde, após ter caminhado muito, sentiu-se cansado e a noite o surpreendeu antes que pudesse encontrar uma estalagem. Nisso, viu lá ao longe, na estrada, duas casas: uma grande e luxuosa, outra pequena e de aspecto mesquinho; uma se defrontava com a outra de cada lado da rua. Nosso Senhor, então, pensou: Vou pernoitar na casa do rico, pois a ele não serei um peso. Dirigiu-se, pois, para a casa luxuosa e bateu na porta. O rico saiu à janela e perguntou ao viandante o que desejava. Nosso Senhor respondeu: -Ler o conto → 42Jorinda e Jorindo
Houve, uma vez, no coração de uma floresta virgem, um enorme e antigo castelo, no qual morava, completamente só, uma velha bruxa muito poderosa. Durante o dia, ela transformava-se em gata ou em coruja, mas à noite retomava a forma humana. A velha tinha o poder de atrair os animais silvestres e os pássaros, depois matava-os e os fazia refogados ou assados. Se alguém, porventura, se aproximasse do castelo, a cem passos de distância ficava retido sem poder mover-se enquanto ela não o fosse libertar. E, se por acaso, entrasse naquele círculo uma jovem donzela, a bruxa logo a transformava em pássarLer o conto → 44Comadre Morte
Houve um pobre homem que tinha doze filhos e precisava trabalhar, dia e noite, para dar-lhes apenas um bocado de pão. Quando nasceu o décimo terceiro, ele não sabia realmente o que fazer e, na sua aflição, saiu para a estrada a fim de convidar o primeiro que aparecesse para servir-lhe de padrinho. A primeira pessoa que encontrou foi o bom Deus. O bom Deus, que já sabia o que lhe pesava no coração, disse-lhe: - Pobre homem, causas-me dó; vou batizar teu filho, cuidarei dele e o tornarei feliz neste mundo. - Quem és? - perguntou o homem. - Sou o bom Deus. - Então não te quero para meu compadre,Ler o conto → 45Os seis cisnes
Certa vez, um rei caçava numa grande floresta e perseguia a caça com tal empenho que nenhum dos componentes do seu séquito conseguia acompanhá-lo. Quando anoiteceu, o rei deteve-se, olhou à sua volta e viu que se tinha extraviado. Procurou um caminho para sair da floresta, mas não o encontrou. Nisso viu aproximar-se uma velha com a cabeça bamboleante; era uma bruxa. - Boa mulher, - disse-lhe ele, - não poderíeis indicar-me o caminho através da floresta? - Oh, sim, Majestade, - respondeu ela - posso, naturalmente, mas com uma condição; se não a cumprirdes, porém, nunca mais saireis da florestaLer o conto → 46Os três irmãos
Houve, uma vez, um homem que tinha três filhos e não possuía outros bens, além da casa em que habitava. Cada um dos filhos desejava que o pai, ao morrer, lhe deixasse a casa em testamento e o pai, que amava todos igualmente, não sabia como proceder para não contrariar nenhum deles. Vendê-la não queria, porque a herdara de seus pais e desejava transmiti-la aos filhos. Depois de muito refletir, disse-lhes: - Meus filhos, ide por esse mundo; trate cada um de aprender um ofício e, quando regressardes e mostrardes as vossas habilidades, o que realizar a melhor obra de arte, esse será o herdeiro daLer o conto → 48A guardadora de gansos no regato
Houve, certa vez, uma velhinha já decrépita, toda corcovada, que vivia com um bando de gansos num lugar ermo, no meio das montanhas, onde tinha uma linda casinha. O sítio estava cercado de grande floresta, aonde a velha, amparada nas muletas, ia todas as manhãs. Trabalhava aí horas a fio, com força extraordinária para a sua idade; cortava a erva para os gansos, que muito gostavam disso; colhia avelãs, bolotas doces, pinhões e outros frutos e bagas selvagens, e carregava tudo para casa. Era de se supor que tal peso a esmagasse, porém ela carregava-o sem a menor dificuldade. Quando encontrava alLer o conto → 49Olhinho, Doisolhinhos, Trêsolhinhos
Era, uma vez, uma mulher que tinha três filhas. A mais velha chamava-se Olhinho, porque só tinha um ôlho no meio da testa; a segunda chamava-se Doisolhinhos, porque tinha dois olhos, como todo mundo; e a terceira, chamava-se Trêsolhinhos, porque tinha três olhos: o terceiro estava no meio da testa. Mas como Doisolhinhos era igual ao resto da humanidade, a mãe e as outras irmãs, detestavam-na. Por isso diziam: - Tu, com os teus dois olhos, não és nada diferente da gente vulgar! Nada tens em comum conosco! Viviam a enxotá-la de um lado para outro aos empurrões; atiravam-lhe os piores vestidos e,Ler o conto → 50A Agua da Vida
Houve, uma vez, um rei muito poderoso, que vivia feliz e tranquilo em seu reino. Um belo dia, adoeceu gravemente e ninguém tinha esperanças de que escapasse. Ele tinha três filhos, os quais estavam deveras consternados vendo que o estado do pai piorava dia a dia. Encontravam-se eles no jardim do castelo a chorar e, de repente, viram surgir à sua frente um velho de aspecto venerável, que indagou a causa de tamanha tristeza. Disseram-lhe que estavam aflitos porque o pai estava gravemente enfermo e os médicos já não tinham esperanças de o salvar. O velho, então, disse-lhe: - Eu conheço um remédioLer o conto →