O fogão de ferro


Der Eisenofen


Nos tempos em que desejar alguma coisa era o bastante para vê-la realizada, houve um príncipe, encantado por uma velha bruxa, que o condenara a permanecer dentro de um fogão, abandonado no meio de uma floresta. Passou longos anos aí, sem que ninguém o pudesse libertar. Certo dia, foi ter à floresta uma princesa que se havia perdido e não conseguia achar o caminho do reino de seu pai. Estava vagando pela floresta havia nove dias, quando se aproximou do fogão de ferro e ouviu sair dele uma voz perguntando:
- De onde vens e para onde vais?
- Perdi o caminho do reino de meu pai e não posso voltar para casa, - respondeu ela.
Então a voz do fogão disse-lhe:
- Vou ajudar-te a voltar para casa em pouco tempo, se prometeres fazer o que te peço. Sou filho de um Rei muito mais poderoso do que teu pai e estou disposto a casar-me contigo.
Ela estremeceu de pavor, pensando: "Santo Deus. que vou fazer com um fogão de ferro?" Mas, ansiosa por voltar à casa paterna, ela prometeu o que ele quis. Então o príncipe lhe disse:
- Tens de voltar aqui trazendo uma faca para fazer um buraco no ferro.
Depois lhe deu um companheiro, que foi andando silenciosamente a seu lado e, em menos de duas horas, deixou-a no palácio do pai. No castelo, foi grande o regozijo pela volta da princesa, e o velho rei abraçou-a e beijou-a cheio de contentamento. Mas a princesa estava preocupada e aflita.
- Ah, meu pai, - disse com tristeza, - que coisa estranha me aconteceu! Eu nunca teria achado o caminho para voltar se não tivesse encontrado um fogão de ferro, no meio da floresta, que me ajudou, dando-me o guia que me trouxe até aqui; em troca disso tive que prometer voltar lá e libertá-lo para com ele me casar.
O rei ficou tão consternado que quase desmaiou, pois ela era sua filha única. Por conseguinte, deliberaram mandar em lugar dela a filha do moleiro, que era uma moça muito bonita. Conduziram-na à floresta, deram-lhe uma faca e disseram-lhe para raspar o fogão até fazer um buraco. Durante vinte e quatro horas a pobre moça ficou raspando e raspando o fogão, mas não conseguiu sequer tirar-lhe a mais leve camada. Ao clarear o dia, a voz do fogão gritou:
- Parece-me que aí fora já está claro.
- Está claro, sim, - respondeu a moça - e parece que estou ouvindo o rumor do moinho de meu pai!
- Tu, então, és filha de um moleiro? - disse a voz - Pois volta para tua casa já e manda aqui a princesa.
A moça voltou e foi dizer ao rei que o fogão não queria saber dela e pedia que lhe mandassem a princesa. O rei ficou apavorado e a princesa desatou a chorar amargamente. Mas havia no reino a filha de um guarda-porcos, que era muito mais bonita do que a filha do moleiro; ofereceram-lhe uma boa quantia de dinheiro para que fosse em lugar da princesa. Ela aceitou e deixou-se conduzir à floresta; como a primeira, raspou o fogão durante vinte e quatro horas sem parar, mas não conseguiu fazer nele nem mesmo um pequeno arranhão. Ao clarear o dia, disse a voz do fogão:
- Parece-me que aí fora já está claro.
- Está claro, sim, - respondeu a moça. Parece-me ouvir a buzina de meu pai.
- Ah, tu és filha de um guarda-porcos? Volta já para casa e manda aqui a princesa; dize-lhe que terá tudo quanto lhe prometi, mas, se não vier pessoalmente, seu reino todo se desmoronará, não ficando pedra sobre pedra.
Quando lhe transmitiram essas palavras, a princesa pôs-se a chorar e a soluçar desesperadamente. Mas não havia outra solução senão cumprir a promessa. Portanto, despediu-se do pai, muniu-se de uma faca e lá se foi para a floresta. Assim que chegou, começou a raspar o ferro, com pressa, para terminar logo aquele desagradável trabalho, e o ferro começou a ceder. Antes de transcorridas duas horas, já havia feito no fogão um pequeno orifício. Espiou pelo buraquinho e avistou no interior do fogão um belíssimo jovem, que trajava suntuoso manto, cintilante de ouro e pedrarias. Apaixonou-se instantaneamente por ele e, com redobrado ardor, se pôs a raspar e raspar, até que em breve abriu um buraco suficientemente grande, por onde o príncipe pôde sair.
- Tu és minha e eu sou teu! - disse ele sorrindo- lhe feliz. - Serás minha esposa, pois conseguiste livrar- me do encanto a que estava preso.
Em seguida, o jovem quis conduzi-la ao seu reino, mas a princesa pediu-lhe que lhe permitisse voltar ainda uma vez à casa paterna para se despedir do seu velho pai; o príncipe consentiu, recomendando-lhe, porém que não proferisse mais do que três palavras e voltasse imediatamente para junto dele. Ela chegou em casa mas, aí, pronunciou muito mais do que três palavras e no mesmo instante o fogão de ferro desapareceu, sendo carregado para muito longe, além das montanhas de vidro e espadas aguçadas, porém, sem o príncipe, que estava salvo e não mais devia ficar detido naquela prisão.
Tendo-se despedido do pai, a princesa tomou consigo uma certa quantidade de moedas de ouro, não muitas, voltou à floresta a fim de procurar o fogão de ferro, mas não o encontrou mais. Durante nove dias, ela o procurou e, então, apertando a fome, e não tendo o que comer, pensou que iria morrer. Quando anoiteceu, ela trepou numa pequena árvore, com a intenção de passar lá a noite, pois receava as feras que rondavam pela mata durante a escuridão. Pouco antes da meia-noite, avistou, bem longe, uma luzinha brilhando; então pensou:
- Lá, certamente, encontrarei auxilio!
Desceu da árvore e encaminhou-se em direção da luz, rezando enquanto caminhava. Foi andando, andando e chegou a uma choupana cercada de plantas e, tendo diante da porta uma pilha de lenha.
- Ah, onde vieste parar! - pensou ela, e espiou pela vidraça; não viu ninguém, senão alguns sapos grandes e pequenos. Viu a mesa posta, com vinho e um assado tentador; os pratos e os copos eram de prata. Criando coragem, ela bateu na porta e a rainha dos sapos gritou:
- Donzela verde, pequenina,
perninha torta,
magra cadelinha,
abra depressa a porta
para ver quem está aí fora!
No mesmo instante, veio um sapinho e abriu a porta. Quando a princesa entrou, todos lhe deram as boas- vindas convidando-a para sentar-se. Perguntaram-lhe de onde vinha e para onde ia. Ela contou-lhes tudo quanto lhe tinha sucedido e como, por ter dito mais do que as três palavras permitidas, o fogão tinha desaparecido juntamente com o príncipe. Agora andava à sua procura por montes e vales até o encontrar. Então a rainha dos sapos disse:
- Donzela verde, pequenina,
perninha torta,
magra cadelinha,
vai buscar depressa
minha caixa, atrás da porta.
O sapinho foi buscar a caixa atrás da porta, entregando-a à velha rainha. Em seguida, serviram o jantar à princesa e depois levaram-na para uma linda cama, coberta de sedas e veludos, na qual ela se deitou, recomendando-se à proteção de Deus, e dormiu profundamente.
Ao raiar do dia, a princesa levantou-se, e a velha rainha tirou de sua grande caixa três agulhas e ofereceu-lhas para que as levasse consigo, dizendo que lhe seriam úteis porque ela teria que atravessar uma montanha de vidro, três espadas afiadas e um rio muito largo; se o conseguisse, encontraria o seu amado. Deu-lhe ainda alguns objetos que devia guardar zelosamente: três agulhas bem grandes, uma roda de arado e três nozes. E assim, munida desses objetos, a princesa se despediu e continuou o caminho. Chegando à montanha de vidro, que era muito lisa, ela empregou as agulhas para firmar os pés a cada passo que dava e assim conseguiu chegar ao cimo.
Tendo chegado ao outro lado da montanha, guardou, cuidadosamente, as agulhas num lugar seguro. Depois deparou com as três espadas afiadas; servindo-se da roda de arado rolou por cima ultrapassando-as. Por fim chegou ao grande rio e, tendo atravessado, chegou a um grande e magnífico castelo. Ela entrou e pediu emprego, dizendo ser uma pobre moça sem ninguém por ela, embora soubesse que o príncipe desencantado do fogão de ferro, graças a ela, estava lá. Ela foi aceita como moça de cozinha, com um ordenado ínfimo. O príncipe, entretanto, tinha outra noiva e pretendia casar-se com ela, certo de que sua primeira eleita morrera há muito tempo.
Uma tarde, tendo terminado os trabalhos, ela se lavou e se arrumou; ao pôr as mãos no bolso encontrou as três nozes que a velha rainha dos sapos lhe tinha dado. Partiu uma, com os dentes, para comê-la e viu, assombrada, que dentro havia um belíssimo vestido de noiva real.
Ao saber disso, a noiva quis vê-lo e comprá-lo, dizendo que não era vestido para uma moça de cozinha. A princesa não quis vendê-lo; mas lho daria, com uma condição, isto é, se lhe permitisse dormir uma noite perto do quarto do príncipe.
A noiva consentiu, fascinada pelo vestido maravilhoso, como não havia outro igual. Quando anoiteceu ela disse ao noivo:
- Aquela tonta da criada quer dormir esta noite perto do teu quarto!
- Se achas que está bem, eu também acho! - respondeu ele. Ela porém lhe ofereceu um copo de vinho contendo um narcótico, em consequência do qual ele dormiu tão profundamente que a princesa não conseguiu acordá-lo. Ela chorou a noite toda dizendo em voz alta:
- Eu te salvei na floresta c te livrei do fogão de ferro. Tenho procurado por ti c, para te encontrar, tive de atravessar uma montanha de vidro, três espadas afiadas e um rio muito largo, e agora não me queres ouvir!
Os criados, porém, que montavam guarda junto da porta, ouviram a princesa chorar e queixar-se a noite toda e, na manhã seguinte, foram contar ao príncipe o que tinham ouvido. Naquela mesma tarde, depois de terminadas as tarefas diárias e depois de se lavar e arrumar, a princesa partiu a segunda noz a fim de comer o miolo; dentro da noz estava outro vestido ainda mais lindo que o primeiro. Vendo-o, a noiva quis comprar esse também, mas a moça de cozinha não aceitou dinheiro; tornou a impor a mesma condição da noite anterior, que foi igualmente aceita.
A noiva administrou novo narcótico ao príncipe, que o fez dormir profundamente e não ouviu nada. A princesa chorou e queixou-se a noite toda em voz alta:
- Eu te salvei na floresta e te livrei do fogão de ferro. Tenho procurado por ti e, para te encontrar, tive que atravessar uma montanha de vidro, três espadas afiadas e um rio muito largo, e agora não queres me ouvir!
E, novamente, os criados que montavam guarda junto da porta ouviram essas lamentações e as foram contar ao príncipe no dia seguinte.
Na terceira noite, após ter-se lavado e arrumado, a pobre moça de cozinha partiu sua terceira noz, encontrando dentro um vestido ainda mais rico que os precedentes, todo recamado de puro ouro. Ao vê-lo, a noiva ficou deslumbrada e quis possuí-lo; a moça de cozinha deu-lho sob as mesmas condições das duas outras vezes. O príncipe, porém, já prevenido, em vez de beber o vinho, despejou-o pela janela e ficou prestando atenção. Logo que a princesa começou:
- Ai de mim, meu amor! eu te salvei na floresta e te desencantei do fogão de ferro e tu o esqueceste!
Ouvindo isso, o príncipe saltou da cama dizendo:
- Tu és a verdadeira noiva; tu és minha e eu sou teu!
E, naquela mesma noite, entrou numa carruagem com a princesa, tirando antes os vestidos da falsa noiva para que esta não os pudesse seguir. Chegando ao grande rio, atravessaram-no num bote, depois atravessaram as espadas rolando sobre a roda de arado e, na montanha de vidro, serviram-se das três agulhas. Finalmente, chegaram á casinha dos sapos que, apenas entraram, instantaneamente se transformou num grande o maravilhoso castelo. Quebrado o encanto que lá pesava, todos os sapos retomaram aspecto primitivo de verdadeiros príncipes e princesas que eram.
Logo foi celebrado o casamento e o príncipe ficou com a princesa nesse castelo, pois era muito mais espaçoso do que o que pertencia ao pai dela. Entretanto, o velho rei vivia a se lamentar por ter de viver só e longe da filha. Então eles foram buscá-lo para viverem juntos e assim ficaram com dois reinos e viveram muito felizes durante a vida inteira.
Um ratinho passou,
e a história acabou...
Zur Zeit, wo das Wünschen noch geholfen hat, ward ein Königssohn von einer alten Hexe verwünscht, daß er im Walde in einem großen Eisenofen sitzen sollte. Da brachte er viele Jahre zu, und konnte ihn niemand erlösen. Einmal kam eine Königstochter in den Wald, die hatte sich irre gegangen und konnte ihres Vaters Reich nicht wiederfinden, neun Tage war sie so herumgegangen und stand zuletzt vor dem eisernen Kasten. Da kam eine Stimme heraus und fragte sie: "Wo kommst du her' und wo willst du hin?" Sie antwortete: "Ich habe meines Vaters Königreich verloren und kann nicht wieder nach Haus kommen." Da sprachs aus dem Eisenofen: "Ich will dir wieder nach Hause verhelfen, und zwar in einer kurzen Zeit' wenn du willst unterschreiben zu tun' was ich verlange. Ich bin ein größerer Königssohn als du eine Königstochter, und will dich heiraten.' Da erschrak sie und dachte 'lieber Gott, was soll ich mit dem Eisenofen anfangen!' Weil sie aber gerne wieder zu ihrem Vater heim wollte, unterschrieb sie sich doch zu tun, was er verlangte. Er sprach aber 'du sollst wiederkommen, ein Messer mitbringen und ein Loch in das Eisen schrappen.' Dann gab er ihr jemand zum Gefährten, der ging nebenher und sprach nicht, er brachte sie aber; in zwei Stunden nach Haus. Nun war große Freude im Schloß, als die Königstochter wiederkam, und der alte König fiel ihr um den Hals und küßte sie. Sie war aber sehr betrübt und sprach 'lieber Vater, wie mirs gegangen hat! ich wäre nicht wieder nach Haus gekommen aus dem großen wilden Walde, wenn ich nicht wäre bei einen eisernen Ofen gekommen, dem habe ich mich müssen dafür unterschreiben, daß ich wollte wieder zu ihm zurückkehren, ihn erlösen und heiraten.' Da erschrak der alte König so sehr, daß er beinahe in eine Ohnmacht gefallen wäre, denn er hatte nur die einzige Tochter. Beratschlagten sich also, sie wollten die Müllerstochter, die sc hön wäre, an ihre Stelle nehmen; führten die hinaus, gaben ihr ein Messer und sagten, sie sollte an dem Eisenofen schaben. Sie schrappte auch vierundzwanzig Stunden lang, konnte aber nicht das geringste herabbringen. Wie nun der Tag anbrach, riefs in dem Eisenofen 'mich deucht, es ist Tag draußen.' Da antwortete sie 'das deucht mich auch, ich meine, ich höre meines Vaters Mühle rappeln.' 'So bist du eine Müllerstochter, dann geh gleich hinaus und laß die Königstochter herkommen.' Da ging sie hin und sagte dem alten König, der draußen wollte sie nicht, er wollte seine Tochter. Da erschrak der alte König und die Tochter weinte. Sie hatten aber noch eine Schweinehirtentochter, die war noch schöner als die Müllerstochter, der wollten sie ein Stück Geld geben, damit sie für die Königstochter zum eisernen Ofen ginge. Also ward sie hinausgebracht und mußte auch vierundzwanzig Stunden lang schrappen; sie brachte aber nichts davon. Wie nun der Tag anbrach, riefs im Ofen 'mich deucht, es ist Tag draußen.' Da antwortete sie 'das deucht mich auch, ich meine, ich höre meines Vaters Hörnchen tüten.' 'So bist du eine Schweinehirtentochter, geh gleich fort und laß die Königstochter kommen, und sag ihr, es sollt ihr widerfahren, was ich ihr versprochen hätte, und wenn sie nicht käme, sollte im ganzen Reich alles zerfallen und einstürzen und kein Stein auf dem andern bleiben.' Als die Königstochter das hörte, fing sie an zu weinen, es war aber nun nicht anders, sie mußte ihr Versprechen halten. Da nahm sie Abschied von ihrem Vater, steckte ein Messer ein und ging zu dem Eisenofen in den Wald hinaus. Wie sie nun angekommen war, hub sie an zu schrappen, und das Eisen gab nach, und wie zwei Stunden vorbei waren, hatte sie schon ein kleines Loch geschabt. Da guckte sie hinein und sah einen so schönen Jüngling, ach, der glimmerte in Gold und Edelsteinen, daß er ihr recht in der Seele gefiel. Nun, da schrappte sie noch weiter fort und machte das Loch so groß, daß er heraus konnte. Da sprach er 'du bist mein und ich bin dein, du bist meine Braut und hast mich erlöst.' Er wollte sie mit sich in sein Reich führen, aber sie bat sich aus, daß sie noch einmal dürfte zu ihrem Vater gehen, und der Königssohn erlaubte es ihr, doch sollte sie nicht mehr mit ihrem Vater sprechen als drei Worte, und dann sollte sie wiederkommen. Also ging sie heim, sie sprach aber mehr als drei Worte, da verschwand alsbald der Eisenofen und ward weit weg gerückt über gläserne Berge und schneidende Schwerter; doch der Königssohn war erlöst, und nicht mehr darin eingeschlossen. Danach nahm sie Abschied von ihrem Vater und nahm etwas Geld mit, aber nicht viel, ging wieder in den großen Wald und suchte den Eisenofen, allein der war nicht zu finden. Neun Tage suchte sie, da ward ihr Hunger so groß, daß sie sich nicht zu helfen wußte, denn sie hatte nichts mehr zu leben. Und als es Abend ward, setzte sie sich auf einen kleinen Baum und gedachte darauf die Nacht hinzubringen, weil sie sich vor den wilden Tieren fürchtete. Als nun Mitternacht herankam, sah sie von fern ein kleines Lichtchen und dachte 'ach, da wär ich wohl erlöst,' stieg vom Baum und ging dem Lichtchen nach, auf dem Weg aber betete sie. Da kam sie zu einem kleinen alten Häuschen, und war viel Gras darum gewachsen, und stand ein kleines Häufchen Holz davor. Dachte sie 'ach, wo kommst du hier hin!, guckte durchs Fenster hinein, so sah sie nichts darin als dicke und kleine Itschen (Kröten), aber einen Tisch, schön gedeckt mit Wein und Braten, und Teller und Becher waren von Silber. Da nahm sie sich das Herz und klopfte an. Alsbald rief die Dicke
'Jungfer grün und klein,
Hutzelbein,
Hutzelbeins Hündchen,
hutzel hin und her,
laß geschwind sehen' wer draußen wär.'
Da kam eine kleine Itsche herbeigegangen und machte ihr auf. Wie sie eintrat, hießen alle sie willkommen, und sie mußte sich setzen. Sie fragten 'wo kommt Ihr her? wo wollt Ihr hin?' Da erzählte sie alles, wie es ihr gegangen wäre, und weil sie das Gebot übertreten hätte, nicht mehr als drei Worte zu sprechen, wäre der Ofen weg samt dem Königssohn, nun wollte sie so lange suchen und über Berg und Tal wandern, bis sie ihn fände. Da sprach die alte Dicke
'Jungfer grün und klein,
Hutzelbein,
Hutzelbeins Hündchen,
hutzel hin und her,
bring mir die große Schachtel her.'
Da ging die kleine hin und brachte die Schachtel herbeigetragen. Hernach gaben sie ihr Essen und Trinken, und brachten sie zu einem schönen gemachten Bett, das war wie Seide und Sammet, da legte sie sich hinein und schlief in Gottes Namen. Als der Tag kam, stieg sie auf, und gab ihr die alte Itsche drei Nadeln aus der großen Schachtel, die sollte sie mitnehmen; sie würden ihr nötig tun, denn sie müßte über einen hohen gläsernen Berg und über drei schneidende Schwerter und über ein großes Wasser, wenn sie das durchsetzte, würde sie ihren Liebsten wiederkriegen. Nun gab sie hiermit drei Teile (Stücke), die sollte sie recht in acht nehmen, nämlich drei große Nadeln, ein Pflugrad und drei Nüsse. Hiermit reiste sie ab, und wie sie vor den gläsernen Berg kam, der so glatt war, steckte sie die drei Nadeln als hinter die Füße und dann wieder vorwärts, und gelangte so hinüber, und als sie hinüber war, steckte sie sie an einen Ort, den sie wohl in acht nahm. Danach kam sie vor die drei schneidenden Schwerter, da stellte sie sich auf ihr Pflugrad und rollte hinüber. Endlich kam sie vor ein großes Wasser, und wie sie übergefahren war, in ein großes schönes Schloß. Sie ging hinein und hielt um einen Dienst an, sie wär eine arme Magd und wollte sich gerne vermieten; sie wußte aber, daß der Königssohn drinne war, den sie erlöst hatte aus dem eisernen Ofen im großen Wald. Also ward sie angenommen zum Küchenmädchen für geringen Lohn. Nun hatte der Königssohn schon wieder eine andere an der Seite, die wollte er heiraten, denn er dachte, sie wäre längst gestorben. Abends, wie sie aufgewaschen hatte und fertig war, fühlte sie in die Tasche und fand die drei Nüsse, welche ihr die alte Itsche gegeben hatte. Biß eine auf und wollte den Kern essen, siehe, da war ein stolzes königliches Kleid drin. Wies nun d ie Braut hörte, kam sie und hielt um das Kleid an und wollte es kaufen und sagte, es wäre kein Kleid für eine Dienstmagd. Da sprach sie nein, sie wollts nicht verkaufen, doch wann sie ihr einerlei (ein Ding) wollte erlauben, so sollte sies haben, nämlich eine Nacht in der Kammer ihres Bräutigams zu schlafen. Die Braue erlaubt es ihr, weil das Kleid so schön war und sie noch keins so hatte. Wies nun Abend war, sagte sie zu ihrem Bräutigam 'das närrische Mädchen will in deiner Kammer schlafen.' 'Wenn dus zufrieden bist, bin ichs auch,' sprach er. Sie gab aber dem Mann ein Glas Wein, in das sie einen Schlaftrunk getan hatte. Also gingen beide in die Kammer schlafen' und er schlief so fest, daß sie ihn nicht erwecken konnte. Sie weinte die ganze Nacht und rief 'ich habe dich erlöst aus dem wilden Wald und aus einem eisernen Ofen, ich habe dich gesucht und bin gegangen über einen gläsernen Berg, über drei schneidende Schwerter und über ein großes Wasser, ehe ich dich gefunden habe, und willst mich doch nicht hören.' Die Bedienten saßen vor der Stubentüre und hörten, wie sie so die ganze Nacht weinte, und sagtens am Morgen ihrem Herrn. Und wie sie im andern Abend aufgewaschen hatte, biß sie die zweite Nuß auf, da war noch ein weit schöneres Kleid drin; wie das die Braut sah, wollte sie es kaufen. Aber Geld wollte das Mädchen nicht und bat sich aus, daß es noch einmal in der Kammer des Bräutigams schlafen dürfte. Die Braut gab ihm aber einen Schlaftrunk, und er schlief so fest, daß er nichts hören konnte. Das Küchenmädchen weinte aber die ganze Nacht und rief 'ich habe dich erlöst aus einem Walde und aus einem eisernen Ofen, ich habe dich gesucht und bin gegangen über einen gläsernen Berg, über drei schneidende Schwerter und über ein großes Wasser, ehe ich dich gefunden habe, und du willst mich doch nicht hören.' Die Bedient en saßen vor der Stubentüre und hörten, wie sie so die ganze Nacht weinte, und sagtens am Morgen ihrem Herrn. Und als sie am dritten Abend aufgewaschen hatte, biß sie die dritte Nuß auf, da war ein noch schöneres Kleid drin, das starrte von purem Gold. Wie die Braut das sah, wollte sie es haben, das Mädchen aber gab es nur hin, wenn es zum drittenmal dürfte in der Kammer des Bräutigams schlafen. Der Königssohn aber hütete sich und ließ den Schlaftrunk vorbeilaufen. Wie sie nun anfing zu weinen und zu rufen 'liebster Schatz, ich habe dich erlöst aus dem grausamen wilden Walde und aus einem eisernen Ofen,' so sprang der Königssohn auf und sprach 'du bist die rechte, du bist mein, und ich bin dein.' Darauf setzte er sich noch in der Nacht mit ihr in einen Wagen, und der falschen Braut nahmen sie die Kleider weg, daß sie nicht aufstehen konnte. Als sie zu dem großen Wasser kamen, da schifften sie hinüber, und vor den drei schneidenden Schwertern, da setzten sie sich aufs Pflugrad, und vor dem gläsernen Berg, da steckten sie die drei Nadeln hinein. So gelangten sie endlich zu dem alten kleinen Häuschen, aber wie sie hineintraten, wars ein großes Schloß, die Itschen waren alle erlöst und lauter Königskinder und waren in voller Freude. Da ward Vermählung gehalten, und sie blieben in dem Schloß, das war viel größer als ihres Vaters Schloß. Weil aber der Alte jammerte, daß er allein bleiben sollte, so fuhren sie weg und holten ihn zu sich, und hatten zwei Königreiche und lebten in gutem Ehestand.
Da kam eine Maus, Das Märchen war aus.